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7 de outubro de 2009

Salve-me




Salve-me desse mundo
Do poço onde cai...
Estou me sufocando
Me arrastando em meio à lama que sai de meus olhos
Minhas lágrimas gélidas e inacabadas
Feridas incuráveis que teimam em sangrar
Me tira desse sofrimento que me desespera
Dessa solidão angustiante que me queima
Desse lodo que está grudado em mim
Salve-me de mim mesma
Do pavor que sinto
Do frio e do calor
Me salve da minha morte interior
Do vento assombroso
Da água que me corrói
Salve-me do mundo
Que me chicoteia com seus modos e palavras exacerbadas
Me tire daqui
Salve-me de mim
Por favor
Não quero mais sentir essa dor
Já não consigo respirar
O ar que entra cortando a minha garganta
Me machuca como se fosse uma lâmina
Uma lâmina mortal e envenenada
Como o ardor de um fogo que queima
E não se apaga por nada
Por favor
Salve-me de mim
Salve-me da vida que se esvai
Em meio ao nada dos seus olhos tremeluzentes
Os quais encaro sem medo de afogar
Na escuridão da sua alma
E me atordoa só de pensar
Que você jamais conseguirá
Me salvar


Priscylla de Oliveira Godoy

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