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6 de dezembro de 2009

Oração aos deprimidos


Se essa dor é o quinhão que me compete,
permita que eu possa suportá-la,
abraçando amorosamente esta
estranha cruz.
Quando eu estiver em crise,
conforta o meu coração…
Quando mãos de aço invisíveis
apertarem minha garganta, venha em
meu auxílio e conceda-me a dádiva de
lágrimas libertadoras…
Quando a escuridão se fizer presente
e de breu se travestir a minha vida,
que haja uma réstia de luz,
esperança e consolação,
brilhando no fundo do poço…
Quando tudo tiver perdido o sentido
e eu me encontrar prostrado e abatido,
desejando apenas morrer, que um
Anjo Seu venha me falar de vida, de
novas oportunidades e de melhores
circunstâncias.
Quando a aridez for tanta,
que eu me torne incapaz de dar um
sorriso para um filho meu, ou para quem
quer que seja, eleva-me à majestade do
Seu reino e banha-me nas águas da Sua
redenção benfazeja…
Quando eu estiver paralisado de terror
face aos monstros incompreensíveis do
pânico, da culpa, da letargia, da fobia,
do isolamento, do ódio auto-direcionado,
faça-me lembrar de imediato, que o Seu
amor se coloca acima de todos estes
algozes ilusórios, filhos do meu
transitório desequilíbrio, e que eu possa
nesta hora, abandonar-me em Seus braços
na mais irrestrita confiança.
Permita Senhor,
que esta dor não me coloque
à margem da vida.
Antes, que eu aprenda com ela e que dela,
eu seja capaz de arrancar o meu
aprimoramento…
Quando Senhor,
a dor se agigantar de tal sorte,
que estando eu vivo, eu estampe a
própria morte, com os pensamentos e
sentimentos em convulsão, incapacitado
de balbuciar a mais simples oração,
assuma nesta hora o comando da minha
embarcação e sem que eu perceba,
conduza-me a um porto seguro de luz
e salvação…
E, se um dia Senhor,
eu porventura estiver curado e
reabilitado, livre-me de eu me tornar
esquecido.
Que eu possa amorosamente abrir meu
coração, estender as minhas mãos, ir ao
encontro e levar a consolação aos meus
outros irmãos deprimidos.

(FÁTIMA IRENE)

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