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28 de setembro de 2009

Na TPM, a mulher de todos os dias


Tente adivinhar: mulher irritada, com calores estranhos, isolamento, a dor do mundo sentida, medos, choro, muitas lágrimas derramadas por absolutamente nada... O que poderia ser? Nenhuma resposta seria mais inteligente e, ao mesmo tempo, mais óbvia que TPM. Eu, particularmente, sei o que é isso desde os 11 anos de idade e, até então, sinto a “famosa” sensação da mesma à flor da pele. A dor de cabeça do século para as mulheres? Esta é a grande pergunta.

Estou cada vez mais insatisfeita quando o assunto é TPM e, principalmente, quando estou naquele mês sempre repleto de compromissos, na correria, despontando entre muitas missões impossíveis... É quando recebo a mensagem corporal dizendo “é hoje”! Sim, a contragosto sou obrigada a me ressentir, com direito a muito stress e dores indefinidas, que surgem do mais desconhecido nada. No entanto, como sempre tento tirar proveito de tudo, resolvi tornar mais que uma mensagem corporal, mas um verdadeiro texto.

Inicia-se uma guerra hormonal brusca. Geralmente, ao me sentir pressionada pela guerra interna entre o “bem” e o “mal”, tenho extrema vontade de ouvir música. Não tentem me questionar o por quê deste desejo intenso, mas o fundamental é que funciona. Foi quando percebi (desde os 11 anos de idade, lembrem-se) que realmente sou grande apreciadora de música. Aquela velha frase “quem canta seus males espanta” é fato que posso testemunhar.

Descobri que incensos também funcionam para mim. Pode ser que minha natural tendência ao exoterismo tenha contribuído para que eu assimilasse as essências e afins como algo paliativo ao meu complexo e hermético colapso hormonal! A terapia de sentir cheiros agradáveis me deixa mais tranqüila e, basicamente, “zen”. Algum leitor poderá questionar: “zen” ? Sim, caro amigo. “Zen”, porque nestes dias, evito as minhas comuns baladas, bebedeiras e loucuras à parte e, em minha humilde opinião, nestes raros instantes sóbria, estou “zen”.

Cinema. Ver bons filmes também ajuda, mas, obviamente evito os que mostram pessoas se suicidando, morrendo deliberadamente e chorando sem cessar. Boas comédias, filmes de suspense, cults inteligentes são muito bem-vindos. Um filme muito “boboca” que adoro ver na TPM, comendo pipoca, tomando um litro de sorvete e me enchendo de mimos é “I’ve got a message”, com Tom Hanks e Meg Ryan. Muito inocente, mas por algum motivo ainda obscuro, me diverte imensamente. Acredito que seja o sarcasmo dos personagens muito bem interpretados.

TPM para mim é sinônimo de “matar-se um leão”, no modo figurado, claro. Me desculpem os ambientalistas, mas é a melhor expressão para entender a fúria e o prazer simultâneo que sente-se nesta época infeliz do mês. De certo modo, até comecei a verificar certas vantagens em estar “naqueles dias”, como, por exemplo, não precisar aturar os chatos. Para resumir aos mesmos, aviso logo: “desculpa, mas estou na TPM e não muito disposta para este bate-papo”... E saio correndo! Coisas que só a TPM faz por você.

Que desculpa poderia ser melhor para cancelar um programa de “índio” (mas uma vez, peço perdão pelo termo, mas não encontrei expressão mais apropriada), ou um encontro o qual não se quer ir, do que estar de TPM? Ninguém quer aturar uma chata, rabugenta, mal humorada e sem senso de humor ao lado, certo? A TPM resolve estes infortúnios! Para quem sempre quer estar de bem com a vida, como eu, até aos inimigos nos juntamos e, a famosa “celebridade” dos humores femininos não poderia ser deixada fora da lista.

Hoje, sou a melhor amiga de minha TPM! Nos aceitamos mutuamente e tentamos viver em paz pelos longos 2 a 3 dias de reclusão hormonal. Eu não fico reclamando dela para todo mundo e ela me traz estas pequenas e interessantes vantagens que me fazem grande diferença dependendo da situação que preciso rejeitar. Durmo com o inimigo, mas tenho bons sonhos! Com a ajuda de uma boa música, cheiros agradáveis, fast food e muitas comédias, tudo fica “menos” irritante e posso sobreviver ao ataque mensal interior. Para quem tem interesse na receita insana, porém honesta, a jornalista que vos fala dá plantão e tudo mais. O que não fazemos em nome da profissão! Boa TPM para todas!

Por Viviane Araújo

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