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29 de setembro de 2009

A voz do Silêncio





Pior do que a voz que cala,
é um silêncio que fala.
Simples, rápido! E quanta força!
Imediatamente me veio à cabeça situações em que o silêncio me disse verdades terríveis,pois você sabe, o silêncio não é dado a amenidades.Um telefone mudo. Um e-mail que não chega.Um encontro onde nenhum dos dois abre a boca. Silêncios que falam sobre desinteresse,esquecimento, recusas.
Quantas coisas são ditas na quietude,depois de uma discussão.
O perdão não vem, nem um beijo,nem uma gargalha da para acabar com o clima de tensão.
Só ele permanece imutável,o silêncio.
É mil vezes preferível uma voz que diga coisas que a gente não quer ouvir,
pois ao menos as palavras que são ditas
indicam uma tentativa de entendimento.
Cordas vocais em funcionamento articulam argumentos,expõem suas queixas, jogam limpo.
Já o silêncio arquiteta planos que não são compartilhados.
Quando nada é dito, nada fica combinado.
Quantas vezes, numa discussão histérica,ouvimos um dos dois gritar:"Diz alguma coisa, mas não fica aí parado me olhando!"
É o silêncio de um,mandando más notícias para o desespero do outro

É claro que há muitas situações em que o silêncio é bem-vindo.Para um cara que trabalha com uma britadeira na rua,o silêncio é um bálsamo.Para a professora de uma creche,o silêncio é um presente.Para os seguranças de um show de rock,o silêncio é um sonho.
Mesmo no amor,quando a relação é sólida e madura,o silêncio a dois não incomoda,
pois é o silêncio da paz.
O único silêncio que perturba,é aquele que fala.
E fala alto.
É quando ninguém bate à nossa porta,não há emails na caixa de entrada não há recados na secretária eletrônica e mesmo assim,
você entende a mensagem .

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